Pesquisar este blog

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

coisas de criança


No mês passado eu estava conversando com umas amigas, quer dizer, umas conhecidas, e veio o assunto: “o que você fazia quando era criança?” veio na mesma hora na minha memória uma coisa muito feia e que me arrependi de ter feito, e olha que eu quase nunca me arrependo de fazer seja lá que coisa for, prefiro correr riscos, mas essa é outra história.
Que criança (nascida na década de 80) nunca brincou de pular elástico, de pique bandeirinha ou queimado? Que problemas existem nessas brincadeiras? Nenhum. Afinal serve pra que cada uma delas aprenda a desenvolver coordenação motora, ou saber lidar com outras crianças, além de ajudar às mães, já que essas pequenas criaturas chegam cansadas em casa e dormem feito anjinhos, o sonho de toda mãe. Mas, esse não é o assunto que eu quero falar. Essas não eram minhas brincadeiras preferidas, eu adorava chegar do colégio e ir pra casa da minha Vovó Guta pegar o telefone e passar trote, pois é, ninguém me impedia de fazê-lo, passava a tarde toda ligando pra casa dos outros e fazendo perguntas absurdas, ou ligando pro açougue e perguntando: “ você tem pé de porco? E língua de boi? E asa de galinha? Hummm você deve ser lindo!” até aí não vejo muito problema, mas teve um episódio que me deixou muito chateada comigo mesma. Uma vez peguei a lista telefônica e escolhi um número de telefone, era o nome de um homem, só que eu sempre tive a voz bem infantil, e não sei como esse trote conseguiu se desenvolver, pedi pra falar com um Jorge qualquer, a esposa atendeu, e eu inventei que estava tendo um filho do tal cara, e ela sem nem pensar começou a gritar com ele, e eu do outro lado da linha ouvia o casal discutindo e brigando feio, com certeza aquele casamento acabou por minha causa, eu não tinha essa intenção, e o pior foi que desliguei o telefone, que na época não tinha a tecla “redial”, era daqueles telefones de disco. E agora? Como vou ligar de novo e dizer que é mentira? Pois é, não sei o que aconteceu a partir dali, jurei a mim mesma nunca mais passar trote. Êta arrependimento! Espero que o cara tenha conseguido provar pra esposa que ela era a mulher da vida dele e que aquilo não passava de um trote, e que ela tenha ouvido ele e tenha dado mais uma chance. Se você que está lendo isso agora achar que foi você que atendeu ao telefone, por favor, me desculpe mesmo, eu era uma criança ingênua, não pensei nas conseqüências que poderiam resultar daquela brincadeira boba.